segunda-feira, 9 de abril de 2018

Protozoários


Resumo
Os protozoários são seres miscroscópicos unicelulares móveis e eucarióticos, alguns organismos podem ser heterótrofos ou autrótofos, simbionte ou parasita. Classificados pela primeira vez como “animálculos” acreditava-se que eram pequenos animais; Os protistas exibem uma diversidade muito grande e um papel ecológico significativo, existem mais de 215.00 espécies descritas. (RUPPERT et al.; 2005). Os grupos a ser trabalhados: Excavata; Chromalveolata; Unikonta e o Opistokonta (o mesmo está dentro do grupo de Unikonta).
Palavras-chave: Protozoa, Eucarionte
Introdução
Os seres vivos apresentam as mais diversas formas e mecanismos para a sobrevivência; atualmente, conhecemos a vida de acordo com a ligação dos átomos, interação de moléculas; e devemos muita a tetravalência do carbono, que permite com que a base de compostos orgânicos seja construída. Entender esse contexto bioquímico é importante para entender a base da citologia, genética, zoologia... Em geral: a vida.
Este trabalho contém uma reunião de informações básicas sobre a classificação de seres vivos, em especial protozoários. Todas as informações foram cuidadosamente lidas e selecionadas, a qualidade do texto infelizmente foi limitada pelo tempo. 
taxon links
1    Excavata
Excavata é um grupo taxonômico que agrupa vários seres eucariontes com muita diversidade entre si. Neste grupo podem ser encontrados organismos unicelulares, autótrofos e/ou heterótrofos, parasitas como Trypanosoma cruzi e Giardia lamblia. A criação deste grupo foi proposta com base na morfologia e análises moleculares dos organismos analisados. É importante ressaltar que este é um grande grupo com vários seres vivos classificados, ao olhar o cladograma já se percebe uma grande politomia, além disso, no grupo encontram-se vários seres vivos com características bem distintas e particulares entre si.
Uma das principais características morfológicas é a presença de escavações. Segundo Dawson & Paredez a diversidade evolutiva dentro do Excavata representa distâncias genéticas talvez tão grandes quanto as que existem entre plantas e animais e fungos. Todas os Excavata são flageladas ou têm estádios flagelados e, como grupo, são definidas pela presença de flagela lateral e estruturas radiais flagelares associadas aos corpos basais. Novos estudos de citoesqueleto estão sendo feitos para comparar o grau de parentesco cada organismo tem.
1.1 Fornicata
Dentro do super grupo eucariótico Excavata, um dos filos mais recentes é o Fornicata. Os fornicatas são flagelados heterotróficos unicelulares com um o mais cariomastigonte (Flagelos ou corpos basais ligados diretamente ao núcleo) por célula. Uma das características bem interessante é a questão da obtenção de energia, os mesmos não possuem mitocôndrias. A estrutura análoga a mitocôndria é o mitosomo; porém, diferente das mitocôndrias, os mitossomos não conseguem fazer fosforilação oxidativa.
Um dos organismos representante deste filo a Giardia lamblia, é um protozoário parasita intestinal de mamíferos, suas atividades podem ter sérias consequências. Ao parasitar, elas acabam emitindo enzimas que desnaturam proteínas (proteases) e acabam com as microvilosidades do intestino.
Todos os membros da Fornicata são anaeróbicos ou microaerófilos (podem precisar de oxigênio ou carbono, varia de acordo com o metabolismo).
1.2 Parabasalida
 Uma característica morfológica é que as células de um parabasalea podem apresentar de um a milhares de flagelos. Possui característica padrão dos excavatas, tendo escavações e microtúbulos responsável péla função nutritiva. Não tem mitocôndrias para o metabolismo energético, são organismos anaeróbicos com hidrogenossomos. Seus flagelos estão agregados a grandes corpúsculos de Golgi. Podem ser simbiontes, em muitos casos são encontrados em intestino de outros seres vivos, como cupins e baratas. Podemos apontar Trichomonas e Mixotricha paradoxa como bons representantes deste grupo.
1.3 Euglenozoa
Os flagelados conhecidos como euglenófitas, ou euglenoides, compreendem mais de 80 gêneros e 800 a 1.000 espécies. Evidências moleculares sugerem que as primeiras euglenófitas realizavam fagocitose (englobavam partículas sólidas). Cerca de um terço dos gêneros, incluindo Euglena, contém cloroplastos. (RAVEN et al., 2014). O termo usado muda de acordo com o ramo de estudo; em Zoologia o termo mais usado em referências a estes organismos é Euglenozoa. São microscópicas fotossintetizante, algumas espécies podem ser parasitas e até simbiontes. Segundo Raven, as euglenófitas reproduzem-se por mitose e citocinese longitudinal, continuando a nadar enquanto se dividem. O envoltório nuclear permanece intacto durante a mitose, como ocorre em muitos outros protistas e em fungos.
2    Chromalveolata
A principal característica deste grupo é a presença de plastídeos (Cromoplastos, Leucoplasto, Cloroplasto e outros). As análises moleculares tentam mostrar um grau de parentesco evolutivo; graças a isso, inclui-se neste grupo stramenopiles, cryptomonads e haptophytes. A teoria da endossimbiose sugere que os cloroplastos tenham sido organismos de vidas independentes, que ao ser fagocitado por um ser vivo maior, acabou adaptando-se e os dois vivendo de forma harmônica. O que leva a acreditar nesta teoria que esses seres vivos eram seres independente de células, são suas característica que evidenciam uma simbiose com algas vermelhas. Os plastos são organelas muito independente, capaz de realizar atividades. Os plastos além de possuir DNA próprio, conseguem se reproduzir e muitas outras características que assemelham com seres unicelulares simples, como conter membrana parecida com a membrana plasmática.
2.1 Stramenopila
O grupo é bem fantástico e curioso; algumas espécies representantes tem as mesmas características dos seres vivos do Reino Fungi, (Nucleado, heterótrofo e produtor de enzimas digestivas) que sugere que estes seres vivos são precursores dos fungos. Existe uma grande variedade de organismos, sendo unicelular ou Multicelular. Outras espécies apresentam características semelhantes do Reino Plantae; o que mostra isso, são os intrigantes Kelps. Segundo Raven, as maiores algas pardas, da ordem Laminariales, algumas das quais formam bancos extensos a pouca distância da costa, são chamadas kelps. Em águas claras, as algas pardas ocorrem desde o nível da maré baixa até a uma profundidade de 20 a 30 m. É digno de nota que bancos tropicais de kelp foram encontrados no oceano próximo às ilhas Galápagos em uma profundidade de aproximadamente 60 m. Em costões com declividade suave, os bancos de kelp podem estender-se por 5 a 10 km da costa.
2.2 Alveolata
Grupo extremamente complexo que inclui três tráxons: Dinoflagellata, Ciliophora e Apicomplexa (Sporozoa). Para incluir os Alveolados em um mesmo parentesco evolutivo, várias análises genéticas foram feitas; a principal questão das evidências de parentesco, é as sequências de DNA ribossômico e alvéolos. Os dinoflagelados conseguem fazer fotossíntese, sendo assim autótrofo, com clorofila do tipo a e c, mas existem dinoflagelados sem pigmentos. Ciliophora tem muitas estruturas análogas aos órgãos dos animais, possui cílios, sendo esta a principal característica deste grupo.
2.3 Radiolaria
São marinhos e planctônicos extremamente grande. Espécies solitárias podem chegar a milímetros enquanto espécies que costumam viver em colônia chegam a centímetros. (Ruppert et al.; 2005). Sua morfologia é esférica e tem testa silicosa. Pode viver até mesmo nas profundezas dos oceanos; seu corpo pode armazenar SiO². Dois representantes da diversidade Radiolaria: Polycystinea e Phaeodarea.
2.4 Foraminifera
São seres saprofíticos que vivem no fundo dos oceanos fazendo decomposição de alimentos. Algumas espécies podem ser simbiontes e até mesmo realizar fotossíntese. O seu nome quer dizer que possuem uma abertura (Forâmen) em seu revestimento. Possuem inúmeros pseudópodes filiformes; seu corpo tem a capacidade de armazenar várias substâncias que com o tempo ajuda a fossilizar o organismo. O primeiro registro fóssil vem da era cambriana.
3    Unikonta
É um grande grupo eucarionte com único flagelo. Os pesquisas sugerem a hipótese que os mesmos são os ancestrais dos Opisthokonta e Amoebozoa
3.1 Amoebozoa
            São protozoários ameboides na maioria dos casos assimétricos, alguns possuem um exoesqueleto. Os Ameboides possuem poucas organelas especializadas, sendo considerados um dos protozoários mais simples.

·         Opistokonta
O Opisthokonta é um agrupamento composto por Animais (Metazoa), os organismos do Reino Fungi e os parentes próximos de protistas. Os Opistokonta apresentam características evolutivas incomuns nos outros eucariotos: cristas mitocondriais planas.
3.2 Choanoflagellata
Os Coanoflagelados são de um táxon irmão dos animais. O que faz os taxonomistas classificarem com este parentesco é as várias características morfológicas e genéticas que ambos grupos apresentam. O DNA ribossomal do tipo circular e o único flagelo são fortes características que ajudam a dar evidências de parentesco com o Metazoa; a ponto de estarem em um táxon monofilético. São encontrados 600 espécies de Coanoflagelados aproximadamente, que podem ser solitários ou coloniais.
Protozoa pode ser considerado um grupo natural?
A resposta de cara é, não! Como já mencionado, os vários seres vivos apresentados possuem uma variedade enorme de características evolutivas que sugiram de forma independente. A classificação dos mesmos ficaria como um grupo artificial e sem uma boa hipótese, já que a diversidade dos mesmos é tão grande que fica muito difícil classifica-los até mesmo por análises genéticas e moleculares.
Quantas vezes surgiu a fotossíntese na vida?
Assim como descrito no texto, vários seres vivos são autótrofos. Isso demonstra que a fotossíntese surgiu várias vezes nos eucariotos. Ao total, podemos perceber a fotossíntese em quatro grupos diferentes: Archaeplastida; Chromalveolata em Excavados. Lembrando que nem todas as espécies de tais grupos são capazes de tal fenômeno.  Além disso, os seres multicelulares sugiram diversas ao longo da história. Os protozoários têm a capacidade de adaptação rápida e diversas mutações ao longo do tempo.


Referências:
RUPPERT, Edward E. Zologia dos Invertebrados : uma abordagem funcional-evolutiva / Edward E. Ruppert, Richard S. Fox, Robert D. Barnes; São Paulo : Rocca, 2005
BRUSCA, R.C.; W. MOORE & S.M. SHUSTER, 2016. Invertebrates. 3rd Edition. Sinauer Associates, Sunderland.]
Raven | Biologia vegetal / Ray F. Evert e Susan E. Eichhorn; revisão técnica Jane Elizabeth Kraus; tradução Ana Claudia M. Vieira... [et.al.]. – 8. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014
Dawson SC, Paredez AR. Paisagens citoesqueléticas alternativas: novidade citoesquelética e evolução em protistas de escavações basais. Opinião atual na biologia celular . 2013; 25 (1): 134-141. doi: 10.1016 / j.ceb.2012.11.005.


Todas as imagens usadas, foram retiradas da http://tolweb.org/Eukaryotes/3
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